Com 5 anos de existência Pacto pela restauração da Mata Ciliar continua ações de sensibilização e capacitação ambiental. Antigo município de Ganchos com mais de 13 mil habitantes recebeu curso de capacitação do comitê Tijucas-Biguaçu.
Por William Wollinger Brenuvida, jornalista.
Nós transplantamos duas árvores na Praça da Costeira da Armação. O ato foi
simbólico, representando um pacto que realizamos em favor da vida. Antes desse momento, especialíssimo por demais, o que fizemos nós? Nós debatemos, coletivamente, sobre um tema que anda perturbando muita gente: Educação e Ambiente. Porque quando nós somos, o Ambiente deixa de ser apenas “Meio Ambiente”, ele passa a ser uma totalidade na guerra que se trava dentro da gente. Contando com os técnicos do Comitê Tijucas-Biguaçu, nós éramos 21 ali reunidos, na manhã desta sexta-feira, 16/9, na Escola Ambiental da Costeira da Armação. Nós éramos. Nós somos. Aquilo que nos precede é uma vontade imensa de viver em bando, de traduzir o mundo a partir de nossas experiências, pesquisas e sonhos materializados. Sim, somos educadores e eternos estudantes, incentivadores do tema do curso de capacitação: “Formação de Multiplicadores Ambientais”.
A pauta do curso, ministrada pela bióloga e mestre em Biologia pela
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Aline Luiza Tomazi, é por todos nós bem conhecida. O curso com duração de quatro horas/aula teve por conteúdo: a Importância da água; o Ciclo hidrológico; a distribuição das águas no planeta e no Brasil; o conceito de bacia hidrográfica; os usos múltiplos e as problemáticas relacionadas à água; a gestão das águas no Brasil; a bacia hidrográfica do Rio Tijucas. Houve, também, espaço para expormos a situação dos rios do município de Governador Celso Ramos. Com a abordagem: “Ganchos/SC: aspectos históricos, demográficos e físicos”, o jornalista e mestrando em Ciência da Linguagem pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), William Wollinger Brenuvida, elencou pontos positivos e negativos da integração dos recursos hídricos em Gov. Celso Ramos, com a situação dos rios antes de adentrarem as baías de Tijucas e São Miguel. A pauta teve apoio do engenheiro de aquicultura Tiago Manenti Martins, formado pela UFSC, e pela estagiária, estudante do curso de Ciências Biológicas, da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Andressa dos Santos.
De Ganchos a Governador Celso Ramos
Governador Celso Ramos, emancipado com o nome de Ganchos, em 1963, recebeu esta denominação em 1967. A população que em 2010 era de 13 mil habitantes, e que hoje é estimada em quase 15 mil habitantes, quadriplica nos meses de verão. Os problemas relacionados a ausência de saneamento ambiental agravam problemas relacionados à saúde. Apesar de investimentos nos últimos quatro anos, os índices de saneamento ambiental ainda são alarmantes. O Município conta com uma linha costeira de 52 km, e tem na pesca artesanal e industrial sua principal atividade econômica (75%). A península avançada ao mar, também conta com um arquipélago de sete ilhas, entre elas: Arvoredo, Anhatomirim, Grande ou dos Ganchos, e do Maximiliano. Os rios principais não são volumosos: Inferninho, Pequeno ou Areias, e Jordão, além do Rio Palmas. Todos os rios do município sofreram processos de intervenção humana (antrópicos).
Agradecemos o uso do espaço da escola do meio ambiente da Costeira da
Armação gentilmente cedido pela secretária Suzana Porto e toda a equipe técnica pedagógica e de apoio da Secretaria Municipal da Educação, Esporte e Cultura. Entre os presentes na data de hoje estavam: Célia de Lemos, Divalma Flores da Silva, Daniela Nazide da Costa, Valcineia Sagás, Juliana da Silva de Souza, Evanildo Alves Filho, Jonaine Barbosa, Cleide Venâncio Alves, Jucimara de Oliveira, Adriele Machado Romancini, Thiago Sagás Fernandes, Claudiane Zeferino da Cruz, Ricardo José dos Santos, Luciara Azevedo de Mello, Aurea Salinos Pereira, Sabrina Simão da Silva.
As árvores transplantadas que simbolizam um pacto pela vida, o Pacto pela Restauração da Mata Ciliar promovido pelo Comitê Tijucas-Biguaçu, também verifica que a mudança necessária está nos pronomes, do “eu” para o “nós”, coletivamente, na prática diária, em nossa prática socioambiental, em defesa da vida. Multiplicar é mais do que necessário!
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