Novas técnicas e a possibilidade de parceria com empresa de referência em pesquisas agropecuárias pode alavancar Pacto da Mata Ciliar que já distribuiu mais de 6 mil mudas nativas, em 14 municípios.
(*) William Wollinger Brenuvida
Quando, em 2011, foi pensado o Pacto pela restauração da Mata Ciliar, a meta
para recuperação de 50 hectares foi ousada, exigindo do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas dedicação e esforço para identificar áreas, e recuperá-las. Assim, além da sensibilização ambiental, também entra em cena a pesquisa, e a prática do plantio, e do uso de técnicas já reconhecidamente testadas. Para acompanhar os trabalhos dos técnicos do Comitê Tijucas-Biguaçu, o professor e pesquisador Alexandre Uhlmann, doutor em Biologia Vegetal, pela Unicamp, e técnico da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) veio visitar áreas em recuperação no Vale do Rio Tijucas, nessa quinta-feira, 16 de junho.Alexandre Uhlmann explica a técnica ao proprietário e comitê |
Além da sede do Comitê Rio Tijucas-Biguaçu, o professor e pesquisador Alexandre Uhlman, que também tem formação em Botânica, e Ciência Biológicas, visitou áreas em processo de recuperação da mata ciliar, nos municípios de São João Batista e Canelinha. Com os técnicos do Comitê, Alexandre Uhlman debateu a possibilidade de parceria com a Embrapa, buscando técnicas, pesquisas e capacitações para restauração da mata ciliar. Também foram transmitidas técnicas para efetuar a análise visual do solo quanto ao grau de hidromorfia, que é a quantidade água no solo. De acordo com o pesquisador da Embrapa, “a relação entre o grau de hidromorfia do solo e a ocorrência de determinadas espécies vegetais é direta. Saber em qual tipo de solo que estamos tratando, facilita a escolha das espécies a serem plantadas na recuperação da mata ciliar porque diminui as chances de mortalidade das mudas.”.
MATA CILIAR EM DADOS
A análise visual do solo é o primeiro passo |
O Pacto pela restauração da Mata Ciliar já cadastrou 55 propriedades, em uma área total cadastrada para restauração de 150.00m² (15ha). Com o apoio de parceiros, e de um viveiro ou horto florestal, o Comitê Tijucas-Biguaçu já doou mais de 6 mil mudas, de 52 espécies nativas diferentes, em 14 municípios.
A bacia hidrográfica gerenciada pelo Comitê de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas dos Rios Tijucas-Biguaçu possui área de 3.241 km². Para ter uma ideia da importância dessa bacia, a população residente supera os 250 mil habitantes, de acordo com dados do IBGE. É uma bacia com culturas diversas, e diferentes tipos de vegetação. Reunidos, os rios da bacia possuem o comprimento de 8.000 km. As áreas de preservação permanente (APP), em função dos rios, são de 527km², e as APP em transgressão somam 198 km².
Após a verificação das áreas em processo de recuperação, os próximos passos buscam a viabilidade da parceria entre o Comitê Rio Tijucas-Biguaçu, e a Embrapa.
Mais informações: Rua José Manoel Reis 100, centro, Tijucas – CEP 88.200-000 – (48) 3263-6563. comitetijucas@gmail.com – www.aguas.sc.gov.br/comite-tijucas - blog: http://comitetijucas.blogspot.com.br/ - www.facebook.com/comitetijucas/
(*) William Wolllinger Brenuvida é jornalista (5177/SC). Assessor de Comunicação da Associação Caminho das Águas de Tijucas (ACAT), ele desenvolve essa função no âmbito do Comitê de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas dos Rios Tijucas e Biguaçu, e Bacias contíguas (Comitê Rios Tijucas-Biguaçu). Secretário Municipal de Comunicação Social, em Governador Celso Ramos/SC. Publicou, entre outras obras, “7 contos da resistência”.
0 comentários:
Postar um comentário