Dia Mundial da Limpeza de Rios reúne mais de 40 participantes em importante afluente do Rio Biguaçu.
Por William Wollinger Brenuvida, jornalista. Com apoio de Aline Luiza Tomazi, bióloga.
Nhandé Rovai é uma palavra-expressão que remete ao ensinamento Guarani M’bya do caminho do sol ou do sol nascente. Antonio Carlos é o nome do ex-presidente da Câmara dos Deputados em 1937, Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, que empresta seu nome ao município de Antonio Carlos, na região metropolitana de Florianópolis. O primeiro nome faz referência ao grupo de escoteiros do bairro do Ipiranga (Pedregal), em São José-SC; o segundo ao grupo de escoteiros de Antonio Carlos-SC. Estes dois grupos de escoteiros participaram de uma ação socioambiental na manhã deste sábado, 8/10, no Ribeirão Vermelho, afluentes do Rio Biguaçu, em Antonio Carlos. A ação promovida pelo Comitê Tijucas Biguaçu e a empresa Vonpar Refrescos reuniu mais de 40 participantes, coletando lixo e compartilhando aprendizados sobre Mata Ciliar e danos causados ao Meio Ambiente.
A ação socioambiental faz parte do Dia Mundial da Limpeza de Rios e Praias. Em
2015, a Vonpar Refrescos fez também parceria com o Comitê Tijucas Biguaçu para a limpeza da praia e rio em Porto Belo-SC. Na ocasião, o Grupo de Escoteiros Nova Ericeira, de Porto Belo ajudou na limpeza da Praia e Rio Perequê. Em 2016, a parceria com grupos de escoteiros foi novamente um sucesso.
De acordo com Daniel Rachadel, 28, no movimento de escoteiros desde 1999, participar de uma atividade como o escotismo é abraçar uma causa social, voluntária e que ajuda a formar o caráter do participante. Ele que é gerente de projetos na iniciativa privada observa que é preciso se dedicar às causas coletivas como a limpeza do Ribeirão Vermelho, afluente do Rio Biguaçu. Daniel Rachadel faz parte do Grupo de Escoteiros Nhandé Rovai, de São José.
Para Barbara Pires e Michele Pires de Morais, 27, também do Nhandé Rovai, a participação possibilita novos aprendizados, principalmente com escoteiros de idades diferentes que podem levar valores de companheirismo e solidariedade, além de proteção do meio ambiente para a constância de suas vidas.
Sempre alerta
O Escotismo foi fundado por Lorde Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, em 1907, na Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, Inglaterra. A sede da Organização Mundial Escoteira fica em Genebra, Suíça. É um movimento mundial, educacional, voluntariado, apartidário, sem fins lucrativos. A proposta do Escotismo é o desenvolvimento do jovem, por meio de um sistema de valores que prioriza a honra, baseado na Promessa e na Lei escoteira. Há um incentivo para prática do trabalho em equipe e a vida ao ar livre. O jovem assume seu próprio crescimento, tornando-se exemplo de fraternidade, lealdade, e altruísmo, além de responsabilidade, respeito e disciplina. O lema do escotismo é: “Sempre alerta!”.
Proveniente de Cidade Gaúcha, no Estado do Paraná, o advogado Rodrigo Ferrarino, 30, dedica parte de sua vida ao escotismo. Para ele, ser voluntário vai além do lema “sempre alerta”. Um dos coordenadores do Grupo de Escoteiros Antonio Carlos, Rodrigo Ferrarini menciona que atividade socioambientais devem ser mais incentivadas, integrando mais instituições e promovendo mais paz social. É também o que pensa o estudante de Engenharia Sanitária e Ambiental, da Universidade Federal de Santa Catarina, Victor Hugo Amorim, 18, morador de Antonio Carlos. Amorim destaca que com a prática socioambiental é possível sair do discurso do “poder fazer” para o “fazer”. O estudante de engenharia levou para casa novas ideias e contatos do Comitê Tijucas Biguaçu para aprender e ensinar conceitos sobre cuidados com a Mata Ciliar e a Política Nacional dos Recursos Hídricos.
A Vonpar Refrescos cedeu, nessa iniciativa, camisetas, sacos plásticos, luvas e lanche para os participantes. A iniciativa, aliás, contou a ajuda de Paulo Valadares e Danuska Crestani, do setor de Meio Ambiente da Vonpar. Danuska e Paulo são representantes no Comitê Tijucas Biguaçu. Ao final do lanche, os escoteiros plantaram duas mudas de árvores nativas acompanhados dos técnicos do Comitê Tijucas Biguaçu.
É bem provável que exista um caminho para o sol, palavra-expressão traduzida
do Guarani M’bya, que relembra que a natureza é de nossa responsabilidade coletiva. Que estejamos “sempre alertas” ao chamado das águas, e que nossa prática socioambiental possa agregar mais valores solidários.
Confira outras matérias sobre escotismo publicadas pelo Comitê Tijucas Biguaçu:
0 comentários:
Postar um comentário