Duas propriedades com características diversas recebem do Pacto pela Mata Ciliar mais 152 mudas para preservar a água de nossa bacia.
William Wollinger Brenuvida, jornalista (5177-SC)
Continuando nossa série de pequenas matérias sobre as áreas de recuperação ou como alguns assim o
preferem denominar “restauração” da mata ciliar, no âmbito da Bacia Hidrográfica dos Rios Tijucas e Biguaçu, nós apresentamos o avanço de nossas atividades em duas propriedades da Bacia: na localidade do Campo Novo, Município de Tijucas; e em uma área no Município de Rancho Queimado. As ações, respectivamente, ocorreram nas propriedades de Natal Bianchezzi, no dia 21 de novembro; e de Rui Sachtleben, no dia 24 de novembro de 2016.
Novas práticas
Com auxílio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), os técnicos do Comitê Tijucas Biguaçu passam a implementar nova metodologia em algumas propriedades adesistas do Pacto pela Mata Ciliar. Uma dessas propriedades pertence a Natal Bianchezzi. Morador na localidade do Campo Novo, em Tijucas, Natal Bianchezzi aderiu ao Pacto da Mata Ciliar porque pensa em melhorar o potencial de sua propriedade. “O Comitê mostra um novo caminho para o agricultor no chamado consórcio com outras espécies. Quem vive da terra, precisa que o solo não fique pobre”, ressalta o proprietário que recebeu 50 mudas de variadas espécies. Na nova metodologia estabelecida na propriedade de Natal Bianchezzi, as mudas de árvores nativas serão transplantadas com a semeadura direta de feijão guandu.
O feijão Guandu ou Andu permite o enriquecimento do solo. Por ser uma leguminosa, esta planta se associa com bactérias do gênero Rhizobium em suas raízes, aumentando a quantidade de nitrogênio no solo. Estudos realizados pela Embrapa demonstram que o feijão guandu é capaz de crescer em solo com Brachiaria, espécie exótica (africana) e invasora que dificulta em muito a recuperação de áreas degradadas. O terreno de Natal Bianchezzi possui Brachiarias em demasia, e o proprietário entende que a Brachiaria afeta diretamente a produção agrícola da propriedade.
Se a propriedade de Natal Bianchezzi, localizada no baixo vale do Rio Tijucas possui características de um solo mais arenoso e assiste os afluentes do Rio Tijucas deslizarem mais lentamente – planície – nós observamos uma característica diversa na propriedade de Rui Sachtleben, em Rancho Queimado, Alto Vale do Rio Tijucas.
Com clima bem mais ameno, Rancho Queimado, chama a atenção de pesquisadores e ambientalistas por possuir nascentes de, pelo menos, quatro importantes rios catarinenses: o Tijucas, o Cubatão, o Itajaí, e também o Tubarão. A propriedade de Rui Sachtleben recebeu 102 mudas, entre as quais: araucária, ipê, açoita cavalo, e chal chal. O proprietário também se comprometeu a reduzir, controlar o aparecimento do Pinus Eliots, espécie exótica e invasora que é prejudicial aos mananciais de água, a agricultura, e a fauna terrestre e avifauna.
Se Natal Bianchezzi possui uma área de recuperação de 444 m², em um importante afluente do Rio Tijucas, o Ribeirão Campo Novo, utilizando esta área para agricultura, Rui Sachtleben possui uma propriedade com as seguintes características: 800 m² de recuperação, em um afluente do Rio das Antas, propriedade utilizada para o lazer, em forma de pequeno sítio.
Independentemente de onde o comitê Tijucas Biguaçu atue, se em propriedades rurais para o lazer ou para agropecuária, as propriedades são devidamente cadastradas e monitoradas. Neste final de ano de 2016, dois proprietários se somam aos esforços de cuidados de nossas nascentes e rios de nossa Bacia. E a fase que é de recuperação, também se observa como fase de importante mudanças em nossa prática socioambiental e socioeducativa para consolidação e aperfeiçoamento da legislação que preserva os recursos hídricos.
Junte-se você também a este pacto pela vida!
Mais informações: 48 3263 6563 – comitetijucas@gmail.com
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