3/25/2017

MAIS 50 MUDAS PARA O MATA CILIAR

O programa Pacto pela recuperação da Mata Ciliar, iniciativa do engenheiro florestal Edison Roberto Mendes Baierle, que sinalizou a ideia em 2011, está presente em mais de 60 propriedades, distribuindo mais de 8 mil mudas nativas para recuperar e preservar os mananciais de água em 14 municípios de nossa bacia hidrográfica. Apesar de contar com um viveiro ou horto, no município de Bombinhas, e estar ampliando a iniciativa em Tijucas, o Comitê Tijucas-Biguaçu conta com parceiros que produzem e distribuem centenas de mudas. É o caso das empresas Sulcatarinense, e Autopista Litoral Sul.

Na tarde desta sexta-feira, 24/3, os técnicos do Comitê Tijucas-Biguaçu, Tiago
Manenti Martins e William Wollinger Brenuvida, visitaram o viveiro de mudas da empresa Sulcatarinense e receberam do cuidador daquele espaço Tiago Guex, e da também funcionária da Sulcatarinense, da área ambiental, Camila Aguiar Vieira do Vale Pereira, 50 mudas de árvores nativas. Entre as espécies: bacupari (Garcinia gardneriana), jacarandá mimoso (Jacaranda mimosifolia), jabuticabeira (Plinia cauliflora), olandi (Calophyllum brasiliense Cambess), ipês (tabebuia alba), palmeira juçara (Euterpe Edulis), gabiroba (Campomanesia xanthocarpa), e canafístula (Peltophorum dubium). Boa parte dessas árvores servirão ao plantio em áreas com estágio mais avançado de recuperação.

Após a ECO-92, conferência mundial de meio ambiente ocorrida no Rio de Janeiro, entre 3 e 14 de junho de 1992, o conceito de sustentabilidade incorporou a chamada responsabilidade socioambiental das empresas que utilizam recursos naturais como matéria-prima de seus produtos e disponibilização no mercado. A destinação de mudas nativas para áreas de recuperação, pela Sulcatarinense, também alcança o projeto de revitalização da mata ciliar do Rio Areias, em Governador Celso Ramos, onde o Comitê Tijucas-Biguaçu mantem parceria com o Instituto Çarakura, Instituto Chico Mendes para Biodiversidade (ICMbio), e Prefeitura Municipal de Governador Celso Ramos.

Por William Wollinger Brenuvida, jornalista

PROJETO INFORMAR TEM APOIO DA UFSC

Renato de Freitas, do Labitel e Tiago Martins do Comitê Tijucas-Biguaçu, experiências ao Projeto Informar

Em visita, na manhã desta sexta-feira, 24/3, ao Laboratório de Biologia de Teleósteos e Elasmobrânquios (Labitel), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), os técnicos do Comitê Tijucas-Biguaçu, Tiago Martins e William Brenuvida, receberam apoio do professor-doutor Renato Hajenius Aché de Freitas para o Projeto Informar: tubarões e raias.

Doutorado em Ciências Biológicas (Zoologia) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho em 2011, Renato Hajenius Aché de Freitas é Professor da UFSC, e está no Labitel com pesquisas muito avançadas sobre vida dos tubarões e raias. O professor foi convidado e aceitou participar do projeto, onde vai apresentar um importante capítulo no livro que narra as experiências e observações de pescadores dos municípios de Bombinhas, Governador Celso Ramos, Porto Belo e Tijucas.

O Informar é um projeto coordenado pelo engenheiro de aquicultura, Tiago
Manenti Martins, técnico do Comitê Tijucas-Biguaçu, e financiado pelo Instituto Linha D’água de São Paulo. O projeto prevê a edição de um livro e vídeo-documentário que revele as percepções de pescadores artesanais acerca da pesca dos elasmobrânquios, que na linguagem popular são os tubarões e raias de várias espécies. A partir de um questionário elaborado e metodologia apropriada, 100 pescadores, em quatro municípios da Baía de Tijucas fornecem entrevistas e conhecimentos. Além da publicação do livro e documentário, serão oferecidas palestras para os pescadores e população da bacia hidrográfica.

Com previsão para término em setembro deste ano, o Informar já entrevistou mais de 30 pescadores, visitou colônias de pescadores, e conta com o apoio da UFSC, do Instituto Chico Mendes para Biodiversidade (ICMbio), e Reserva Biológica Marinha do Arvoredo (Rebio). De acordo com o professor Renato Hajenius Aché de Freitas, “A Baía de Tijucas é um importante ecossistema para criação de diversas espécies, e quando investigamos o desaparecimento de espécies, para além da Baía de Tijucas, nós podemos entender como isso afeta a vida do pescador e de suas famílias. Nós agradecemos o convite para participação do Informar”.

Participou, como observadora, a fotógrafa Dayane Soares, vencedora da última Maratona Fotográfica promovida pelo Comitê Tijucas-Biguaçu. Novo edital para a próxima edição da Maratona Fotográfica deve ser veiculado em breve, com o tema: “O rio que temos”.

Por William Wollinger Brenuvida, jornalista.

3/22/2017

ALUNOS ABRAÇAM DIA DA ÁGUA



O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural. Todos os anos o Comitê Tijucas-Biguaçu mobiliza escolas em 14 municípios das bacias hidrográficas para sensibilizar e fazer da prática socioambiental uma prática de sentidos e ações em prol da natureza. Nesta terça-feira, 21/3, nos períodos da manhã e tarde, o Comitê Tijucas-Biguaçu dialogou com 92 alunos, do primeiro ao nono ano do ensino fundamental, da Escola Básica João Frederico Heck, na localidade do Garcia, em Angelina-SC.

A atividade coordenada pela bióloga do Comitê Tijucas-Biguaçu Aline Luiza
Tomasi, e que envolveu professores e demais atores sociais da comunidade escolar do município de Angelina-SC, também contou com a parceria da EPAGRI-Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Foram mobilizados os funcionários Marines Simone Richwcki e João Luiz Simão Filho, dos escritórios da Epagri de Major Gercino e Angelina.

O desafio é praticar o Dia Mundial da Água além das práticas, das ações. É preciso que o Dia Mundial da Água também faça sentido nessa prática.

O RIO QUE TEMOS



Todos os anos, em comemoração ao Dia Mundial da Água, o Comitê de Gerenciamento das Bacias Hidrográficas dos Rios Tijucas e Biguaçu, e bacias contíguas realiza dois concursos e uma maratona. Os concursos de desenho, na 6ª edição; e de redação, na 7ª edição, brinda a realização da 4ª edição da Maratona Fotográfica. A cada ano, os temas são desafios aos alunos e professores da comunidade escolar da bacia, bem como ao olhar atento e sensível de fotógrafos com ou sem experiência na arte e técnica de registrar belas paisagens e momentos históricos de nossa região que compreende 14 municípios, e mais de 8 mil quilômetros de rios, lagos e lagoas, e as baías de Tijucas, de São Miguel, e de Porto Belo. Neste ano de 2017, o tema para os concursos e maratona fotográfica é: “O Rio que temos”.


A partir de 2016, a Bacia Hidrográfica do Rio Biguaçu passou a compor o mosaico multicultural, multiétnico e com recortes diversos da fauna e da flora da região que compreende a Bacia Hidrográfica do Rio Tijucas, e demais bacias contíguas. O comitê passou a ser conhecido por Comitê Tijucas-Biguaçu. Este aspecto foi muito importante para entender um sentimento que toma conta de cada um de nós: o sentimento de pertença ou pertencimento. 

Antes de pertencermos a rua, bairro ou cidade, nós partilhamos do rio que corta nossa comunidade, partilhamos da água que nos dá a vida. O rio principal ou afluente do rio principal que passa por nosso bairro ou comunidade, região ou cidade possui características. E é a partir desse sentimento de pertença que nós queremos fazer uma escuta toda especial aos alunos e professores da comunidade escolar de nossas bacias hidrográficas.

Os alunos do 1º ao 5º ano de nossa comunidade escolar participarão com desenhos livres, mas que devem buscar uma referência a esse sentimento de pertencimento. Os alunos do 5º ao 9º ano é que vão se dedicar ao texto dissertativo que chamamos aqui de redação, que é livre priorizando a criatividade, mas que vai buscar interpretar-descrever esse sentimento de pertença. Qual percurso seguir?

Aqui, também, vale para quem vai fotografar nossa bacia hidrográfica. Procurem, alunos e fotógrafos, conhecer o rio de sua localidade. Não importa que este rio esteja canalizado, ele tem uma história. Este rio deve ter um ou mais nomes. Este rio pode ter uma importância econômica para sua localidade no passado ou nos dias de hoje. Este rio pode ter espécies da fauna e flora. Procure dizer no texto, seja ele o desenho, a redação ou a fotografia, quais são estas espécies, e qual a importância dessas espécies para a vida do rio, e para a vida da localidade, do bairro, da cidade.

Professores. Vocês podem utilizar recursos audiovisuais, visitas de campo, e até mesmo estabelecer um contato com as pessoas mais velhas de sua localidade para que estes relatos deem corpo e vida às narrativas de seus alunos. Este sentimento de pertença está presente em toda comunidade, ainda que esteja apagado, adormecido.

O teólogo e escritor Leonardo Boff disse certa vez: "a mística é manter os olhos abertos sobre a realidade e as mãos operosas para transformar". Assim, mãos à obra! Os editais estão publicados em nossos veículos de informação. Confira. Divulgue. Participe.
Equipe Comitê Tijucas Biguaçu

22 DE MARÇO: DIA MUNDIAL DA ÁGUA


O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado à discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.

O desafio é praticar o Dia Mundial da Água além das práticas, das ações. É preciso que o Dia Mundial da Água também faça sentido nessa prática.

3/17/2017

70ª CONSULTIVA COMITÊ TIJUCAS-BIGUAÇU

Nova sede do Comitê Tijucas-Biguaçu recebe 70ª reunião consultiva

A nova sede do Comitê Tijucas-Biguaçu tem lugar e vez. Para quem quiser acompanhar nossas atividades, para além das redes sociais, temos na Avenida Hercílio Luz, 400, Centro, Tijucas/SC um novo espaço. Na tarde desta sexta-feira, 17/3, esta nova sede recebeu a 70ª reunião da comissão consultiva com temas importantes como: a Seleção SDS Entidade Executiva do Comitê; o Plano de Bacias; e o Projeto Informar: tubarões e raias. Também foi realizada a análise e discussão de proposição de reforma do Regimento Interno (regimentos antigo e atual e proposição de reforma do regimento sugerida pela consultoria SDS em anexo); e a 45ª Assembleia Geral que tem previsão para 26/4, em São João Batista-SC.


Participaram da 70ª reunião consultiva do Comitê Tijucas-Biguaçu: Adalto Gomes, Comitê Rio Tijucas; Aline da Silva Dias, Famap; Aline Luiza Tomasi, ACAT; Edison Roberto Mendes Baierle, Comitê Rio Tijucas; José Leal Silva Junior, Comitê Rio Tijucas; Letícia Frozza Teive, Famab; Paulo Fernandes Valadares, Vonpar; Tiago Manenti Martins, ACAT;  William Wollinger Brenuvida, ACAT.

3/08/2017

PLANO DE BACIAS E PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Equipe multidisciplinar tem a missão de executar o Plano de Bacias do Tijucas-Biguaçu.

A apresentação do Plano de Bacias para a Bacia Hidrográfica dos Rios Tijucas e Biguaçu teve lugar no dia 16/2, em Tijucas, conforme noticiamos em nossos veículos de informação. Instrumento importante de gestão e gerenciamento, inclusive, para repensar o modelo de desenvolvimento regional, um Plano de Bacias parte do pressuposto que qualquer proposta conceitual ou levantamento (mapeamento) de informações e diagnóstico passa, decisivamente, pela escuta comunitária. Esta atitude foi debatida na segunda reunião entre a equipe da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), entidade responsável pelo desenvolvimento do Plano de Bacias, e a equipe técnica e diretoria do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica dos Rios Tijucas e Biguaçu, e bacias contíguas. O encontro que selou esse acordo se deu na tarde de 3/3, na nova sede do Comitê Tijucas-Biguaçu, na Avenida Hercílio Luz, bem próximo ao Samae, e apresentou o nome do engenheiro florestal Edison Roberto Mendes Baierle, vice-presidente do Comitê Tijucas-Biguaçu, como coordenador dos trabalhos do plano de bacias.

A equipe da UFSC apresentou as demais etapas do plano de bacias aos
membros do Comitê Tijucas-Biguaçu, e da Câmara Técnica do Comitê. O plano foi aprovado com ressalvas que devem ser apresentadas e debatidas com a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SDS) para aprimoramentos. Entre os principais apontamentos da câmara técnica está a obtenção de dados e informações para caracterização da Bacia do Tijucas-Biguaçu. Essa imagem integrada da Bacia deve ser realizada com critérios técnicos atualizados, sem esquecer que o mapeamento é participativo, com apoio expresso da comunidade: sindicatos, associações, órgãos públicos e privados que atuam direta ou indiretamente no desenvolvimento da bacia hidrográfica.

Participaram do evento: Adalto Gomes (Comitê); Alessandra dos Anjos (Comitê); Aline da Silva Dias (Famab); Aline Luiza Tomasi (Comitê); Ana Maria Mello Peixoto (Celesc); Camila Aguiar Vieira (Sulcatarinense);  Carolini da Cruz (Samae Tijucas); Diego Cathcart (UFCS); Edison Baierle (Comitê);  Gastão Cassel (UFSC); Geovani Pedro de Souza (Cidasc); Ismael Simas (Proactiva);  Izabella Amorim (Câmara Tijucas); José Leal Silva Junior (Comitê); Karine Xavier (UFSC);  Letícia Frozza Teive (Famab); Letícia Tommasia (Samae Tijucas); Luana Periotto Costa (UFSC);  Marcio Cardoso (UFSC); Paulo Sergio dos Santos (UFSC); Tiago Martins (Comitê);  William Wollinger Brenuvida (Comitê).

Por William Wollinger Brenuvida, jornalista.

(*) Informações sobre a primeira reunião neste link: http://comitetijucas.blogspot.com.br/2017/02/plano-de-bacias-e-prioridade-para.html

3/02/2017

COM A PALAVRA, O PESCADOR

Elson Targino Soares foi pescador por mais de 40 anos. "É preciso combater a pesca predatória senão o peixe acaba.".

Os técnicos do Comitê Tijucas-Biguaçu levam o projeto Informar para pescadores em quatro municípios. Até o mês de junho 100 pescadores devem ser entrevistados. Projeto pretende sensibilizar para a pesca responsável, principalmente de tubarões e raias.


(*) William Wollinger Brenuvida

João Abelardo Fagundes tem mãos sujas do óleo diesel da embarcação, mãos
João Abelardo Fagundes
duras e calejadas, os pés metidos na babugem e nas areias finas e alvas da Praia da Armação da Piedade. Ele ajuda outro camarada a remendar uma rede de malha. “É pro camarão”, ele diz. Olhar perdido, frases curtas, em uma face queimada do sol. O pai tem 98 anos, e ainda caçou baleias na Armação, ele afirma. Todos os irmãos são pescadores. São muitos. Mas, a pesca está acabando vai dizer o irmão dele, Luiz Abelardo. Eles são netos do Boto, e antes que alguém ache que boto tenha alguma relação com as lendas nortistas, do Rio Amazonas, boto era o apelido de Luiz Alexandrino da Silva, marinheiro nascido no Estado do Pernambuco, e que, serviu no farolete do Anhatomirim, e no Farol da Ilha do Arvoredo. O boto era uma lenda porque nadava de pé, com uma trouxa na cabeça cruzando o canal que separa e une a Enseada da Armação e as praias da capital Florianópolis. Os Fagundes possuem uma relação ancestral com mar. A esposa do boto, a avó Etelvina Maria Bittencourt da Silva descendia de açorianos que para cá vieram para a caça das baleias. O mar é uma sina que a gente não teve como deixar, disse João Abelardo Fagundes.

As entrevistas com pescadores, em quatro municípios onde o projeto Informar
está inserido, começaram. Os pesquisadores do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Tijucas e Biguaçu, e bacias contíguas, visitaram pescadores em Tijucas, Bombinhas e Governador Celso Ramos, e já agendaram visitas em Porto Belo. Até o presente momento foram realizadas 10 entrevistas, seguindo os procedimentos das técnicas de jornalismo e em atenção às normas do projeto Informar. Um questionário com mais de 40 perguntas foi desenvolvido, e entremeadas as perguntas, as histórias vivenciadas no mar vão surgindo. Há sempre um cuidado especial na abordagem porque os pescadores são pessoas simples e bastante desconfiados, nos afirma o engenheiro de aquicultura e responsável pelo projeto Tiago Manenti Martins. Essa desconfiança se revela no fato dos próprios relatos dos entrevistados que dizem que o governo, os políticos e os pesquisadores apenas querem as informações deles, mas nada ajudam o pescador.

Cações e arraias, onde estas espécies estão afinal?
Laurentino Nascimento
O mais importante na abordagem dos pescadores é confronto, em seus discursos, com o momento presente o passado não muito distante. Com mais de 70 anos de idade, e esbanjando jovialidade, o pescador aposentado Elson Targino Soares ainda vai ao mar quando tem oportunidade. Seu Elson é citado em outras entrevistas como uma espécie de professor dos pescadores mais novos. Com mais de 40 anos de profissão, e poucos anos de escolaridade, seu Elson diz que deve tudo o que tem ao mar. Casado, pai e avô, ele viu a geração dele ter fartura no mar com muita dificuldade para enfrentar o mar, principalmente no inverno, como também alega que as facilidades tecnológicas de hoje afastaram o peixe e o camarão. Depoimento parecido tem Laurentino Nascimento, aprendiz de seu Elson, e hoje com mais de 40 anos de idade. De acordo com Laurentino, as embarcações maiores e não registradas na Capitania, aquelas que trabalham clandestinamente é que tiram o direito natural do pescador artesanal. “Como você vai chamar de artesanal uma pesca praticada com um bote de mais de 10 metros, e com motores com mais de 300 HP?”, Laurentino se queixa. Para ele, e para muitos pescadores, o fato dos cações e arraias sumirem das enseadas e até mesmo do alto-mar se revela na falta, na escassez de alimentos desses peixes.

Os entrevistados citam os nomes do cações e arraias pescados antigamente na
Luiz Abelardo Fagundes
baía e pequenas enseadas, mencionam que o Rio Ratones, em Florianópolis, hoje poluído e muito descaracterizado, sempre serviu de alimento para essas espécies de cações e arraias. Muitos mencionam, também, a importância do Rio Tijucas como uma espécie de criador ou criatório de camarões, siris, caranguejos, além de pequenas espécies de peixes. Essa opinião, porém, não é unânime. Há pescadores que não enxergam essa relação com o Rio Tijucas – geralmente aqueles mais afastados do Rio, ou que não recebem ou receberam instruções sobre a manutenção de espécies pelos rios da região.

Hoje empresário do ramo de alimentação, o pescador Maureci Klausen, o
Maureci Klausen, o Ci
popular Ci, da Fazenda Armação, ainda vai ao mar. Ele menciona que hoje é mais cômodo para o pescador tirar seu sustento em razão da tecnologia, mas que é preciso entender melhor o funcionamento do mar para que o alimento não falte na mesa da população. “Dependemos daquilo que gostamos, que é ir pro mar, e lá trazer peixe, camarão, lula. Mas, é preciso mais atenção com o pescador, com o mar.”, menciona Ci que diz que no passado recente já pescou tubarões (cações e raias) de forma artesanal, e hoje essas espécies quase não existem.

Luiz Abelardo Fagundes e o filho que segue na pesca
Tudo é devidamente documentado: filmado, gravado com aparelho de voz, fotografado, e realizado o registro em formulário com a assinatura do pescador. Cada um dos pescadores recebe uma camiseta do projeto, e se compromete a fornecer mais informações se, e quando elas vierem. Os pesquisadores buscam não concentrar as entrevistas em apenas uma localidade, exatamente para que os relatos encontrem diferentes matizes nas falas dos entrevistados. A abordagem é realizada com critérios e paciência, atendendo os requisitos do projeto e o prazo estabelecido. Em junho deste ano todas entrevistas estão devidamente compiladas, e documentadas em livro e vídeo-documentário. Até o mês de junho 100 pescadores devem ser entrevistados. O projeto que pretende sensibilizar e conscientizar para a pesca responsável, principalmente de tubarões e raias, é financiado pelo Instituto Linha D’água, de São Paulo.

(*) William Wollinger Brenuvida é jornalista. Técnico da Associação Caminho das  Águas do Tijucas.
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